Para este post, suponha como arcabouço o modelo básico novo
keynesiano, formado de três equações: (i) curva de Phillips, que liga inflação
a hiato, (ii) curva IS, que liga hiato a juro real, (iii) regra de Taylor, que
liga juro nominal a inflação e hiato.
Note que não há nada sobre capital, investimento ou
poupança nesse modelo. Assim, o conceito de “juro neutro” não se relaciona com
equilíbrio do mercado de capital (físico). O juro real neutro é definido como
aquele que, se partirmos de uma situação de equilíbrio, não faz a inflação
aumentar ou diminuir.
Neste mundo, há três possibilidades para cálculo do juro neutro:
1) Estime a curva IS, e
depois veja quais os juros que zeram o hiato. A dificuldade aqui é ter
uma boa medida de hiato. Atualmente, por exemplo, você está achando que o hiato
está ficando cada vez mais negativo - mas está completamente errado...
2) Estime a regra de
Taylor, e veja os juros que zeram hiato e igualem inflação à meta. A dureza é
que a "verdadeira" meta de inflação fica mudando com o tempo. É
difícil acreditar que o Tombini tenha a mesma meta que o Bevilaqua tinha, por
exemplo.
3) Assim como o Laubach e
Williams (RESTAT 2003), utilize o filtro de Kalman para estimar juro neutro e
hiato do produto simultaneamente, num modelo que considera choques de oferta e
demanda, e corretamente os trata como não-observáveis. O chato aqui é a
instabilidade dessa estimação para o Brasil - pelo menos na minha experiência
pessoal -, o que talvez seja devido à insuficiência de dados.
E estimar a 2a opção utilizando a meta como variável de estado?
ResponderExcluirSeria legal, mas vc tem que arrumar um jeito de identificar isso direito, senão o juro neutro e a meta se confundirão
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