Estive matutando sobre a ideia do CESG. Daí fiz o seguinte
experimento.
1) Escrevi um modelo novo-keynesiano bem simples
(as três equações usuais). Calibrei a curva IS e a curva de Phillips como o
Leeper (NBER 11874). Mas usei duas calibrações distintas para a Regra de
Taylor. Na primeira, assumi que o coeficiente da inflação é 1,5 (como usual).
Na segunda, assumi que esse coeficiente é 1,001, o mínimo necessário para que o
equilíbrio esteja bem definido.
2)
Primeiro, simulei esse modelo assumindo que o Banco
Central sempre segue a primeira regra de Taylor. Obtive a distribuição
estocástica das variáveis, e guardei a da inflação.
3)
Depois, simulei o modelo assumindo que o Banco
Central segue a primeira Regra de Taylor somente quando a inflação é maior do
que 1 ou menor do que -1. (O zero é, por definição, a inflação igual à meta).
No caso em que a inflação está entre -1 e 1, assumi que o Banco Central segue a
segunda Regra de Taylor, isto é, “praticamente não reage” à inflação. Também
guardei para esse caso a distribuição estocástica da inflação.
Na figura abaixo os histogramas para a inflação nas duas
simulações. Azul é o item 2, vermelho o item 3. A simulação do item 3, que eu ouso chamar de banda de inflação
(apesar dos caveats, que discuto depois da figura) implica em inflação bem mais
volátil do que o item 2. Grosso modo, o desvio padrão da inflação sobe de 1% para 3% com a
mudança de “meta de inflação” para “banda de inflação”. Há algumas coisas para
se pensar e melhorar, mas fiquei impressionado com a relevância quantitativa do
resultado.
O que mais me incomoda é que esse exercício não corresponde
exatamente ao que o CESG está propondo. Acho que o CESG gostaria que o Banco
Central ficasse totalmente parado quando a inflação está próxima à meta. Por
outro lado, apesar de heterodoxo, o CESG provavelmente iria preferir que os
agentes fossem racionais, e soubessem que o Banco Central muda de política
dependendo do nível inflação.
No meu exercício, implicitamente estou assumindo que os
agentes esperam que a política em curso seja perpétua, independente da
inflação. Isto ocorre porque simplesmente grudei as soluções de dois problemas,
resolvidos independentemente, com aproximação linear-quadrática. O certo seria
resolver o problema completo, via iteração de Bellman, numa aproximação por
estado discreto. (Algum leitor se habilita?)
Outro assunto é assimetria (skewness) da inflação. Por
hipótese, tudo aqui foi simétrico. Mas devíamos pensar em formas de política
monetária que criem distribuições inflacionárias mais realistas.
Esse FK é esperto.
ResponderExcluirCom agentes racionais antecipando os dois possíveis "estados" da política monetária, a variância no "estado picareta" deve cair bem....a questão é saber quanto.
Tio,
ResponderExcluirÉ só deslocar a meta de 4.5% para 5.5% e bola pra frente...até aqui na Inglaterra a gente ja' sacou isso..
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