segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Moeda e Inflação II

Enquanto eu dormia, o FK roubou um gráfico do MK mostrando a correlação positiva entre expansão monetária e inflação num conjunto de países. Acho que poucas pessoas esperariam ver um gráfico diferente do apresentado (mas é verdade que existem essas pessoas...). Nos países com inflação alta, a correlação na série de tempo entre moeda e inflação é ainda mais forte e instantânea.

Mas quem usar a correlação do FK para tentar falar algo sobre a inflação mundial nos próximos anos provavelmente vai errar. Tem muita ociosidade por aí, o que se reflete em expectativas de inflação mais longas na casa de modestos 2%, mesmo depois de tantos "kiwis".

Mas e lá na frente? Lá na frente os governos podem retirar esse excesso de liquidez. E não é muito difícil porque não precisa de Parlamento aprovando essas coisas.

Deixa eu dizer algo que preste: eu não teria problemas com esse juro muito baixo se visse maior celeridade na implementação de uma política regulatória bem mais rígida. Não quero compulsórios esdrúxulos, quero requerimentos de capital mais altos e com forte componente contra-cíclico (mais apertados em momentos de maior "euforia"). Não me preocupa tanto a inflação futura, preocupa-me o risco mais sério de novas bolhas surgindo por aí num mundo com política monetária ultra-frouxa e que ainda não fez a transição para um política regulatória mais rígida.

3 comentários:

  1. Tenho a impressão que o blog está deixando de ser liberal. Política regulatória mais rígida + componente contra-cíclico = maior intervenção na economia.

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  2. Engana-se, Sojeiro. O que não é liberal é os sistema financeiro tomar risco excessivo com dinheiro do contribuinte.

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  3. Concordo com o professor Carlos Eduardo quanto à necessidade de padrões elevados de capitalização e de liquidez para os bancos comerciais. CESG poderia citar também a questão da remuneração desses executivos, que deve ser alterada no sentido de se evitar elevadas exposições ao risco.
    Quanto à política monetária atual dos EUA ela pode causar um desincentivo aos investimentos em papéis de prazos mais longos. De fato, o nível atual de remuneração dos papéis acima de cinco anos não compensa os atuais riscos da economia americana, principalmente na área fiscal.

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