segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Moeda e Inflação


Quando a inflação aparecerá nos EUA e Europa? Ou será que ela nunca irá aparecer?

Já que o CT e o CESG estão dormindo, vou dar uma enrolada e mostrar a tradicional evidência sobre a relação entre moeda e inflação. Outra hora volto com algo mais substancioso. Se você é economista sugiro que pare por aqui. E se não for, sugiro que também pare.

As figurinhas abaixo, do artigo de um tal de Mervyn King (http://www.bankofengland.co.uk/publications/quarterlybulletin/qb020203.pdf) comparam crescimento de moeda (M1) com inflação para diferentes horizontes. Cada ponto corresponde a um país.

O resultado, Antoninho, é que se você esperar tempo suficiente, emissões monetárias estão associadas à inflação. Bonitinho, não?








3 comentários:

  1. Perfeito: emissões monetárias estão associadas à inflação. Mas, para mim, a pergunta relevante é: qual o custo dessa inflação? Segundo Lucas, para os EUA, é neutra ou bastante insignificante.

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  2. Eu até acho que inflação é a solução menos custosa para os EUA se reequilibrarem. Mas a pergunta que estou tentando responder é porque a inflação não aparece.

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  3. Acho que qualquer tentativa para decifrar o enigma dos preços é de pouca serventia. Mas isso não invalida que muitos tentem encontrar respostas a questionamentos como o seu. De qualquer forma, esboçarei uma resposta (bastante intuitiva e opiniática): na crise de 2008, ficou claro que existia uma montanha de ativos fictícios. O resultado, caso o FED não tivesse atuado prontamente, seria o prejuízo generalizado para o setor privado, envolvido com a alavancagem dos bancos. Como sabemos, o governo Americano, seguindo o conselho de Lucas e outros, tratou logo de subsituir ativo falso por moeda, resolvendo-se o problema de liquidez que a crise detonou. O resultado todos vimos e nada de inflação. Claro, salvaram banqueiros irresponsáveis. Mas essa já é outra estória.

    Outro ponto que consideraria é a integração financeira americana aos demais mercados mundiais. Então, imagino que a demanda monetária nos EUA não tenha tanta instabilidade como alardeiam muitos – é uma questão empírica a verificar. Por fim, temos o efeito da monetização da dívida pelo FED – assunto que, segundo meu juízo, poucos analistas comentam com propriedade. De fato, a dívida pública continua sendo um problema teórico bastante complicado, onde o truque da equivalência ricardiana pouco contribui para o seu entendimento.

    De qualquer sorte, vejo que a pergunta longe de ter uma reposta simples, há muito que se evoluir na área monetária para termos uma pista razoável sobre a questão da inflação num contexto fiduciário e prática financeira dirigida aos interesses de poucos. Eu já, desconfiando dos limites da “ciência econômica”, fico satisfeito com a relação de longo prazo entre moeda e inflação. Sendo mais preciso, acredito que, em termos macroeconômicos, a TQM é o que temos de melhor. O engraçado (naturalmente não para os físicos) é que essa equação não consta no rol das 100 equações maravilhosas. Que inveja temos de e=mc2 .

    Pergunta: Por que economistas laureados com o prêmio oferecido pelo banco central sueco (exceção à Lucas que não faz referência ao nobel em seu artigo de agradecimento) deixam que a midia e outros se refiram a esse prêmio como se fosse Prêmio Nobel? Eu acho isso uma tremenda picaretagem. Claro, os físicos idem.

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