É, eu sei que está em yiddish em vez de grego, mas o nome é
mais adequado do que New Drachma.
1) Por que a União (representada pela Troica) iria gostar
de expulsar a Grécia?
A vantagem de se livrar da Grécia é a de conter o moral hazard dos outros periféricos. Se
a Grécia for ajudada, apesar de toda a falta de esforço, o incentivo para
Portugal e outros fica perverso. Outra vantagem é de reduzir os custos
pecuniários presentes e futuros com o salvamento.
A desvantagem é o potencial de confusão com a saída. Se os
agentes econômicos começarem a acreditar que Portugal também será expulso,
haverá corrida bancária e fuga de capitais desse país. Como os investidores
estão separando o caso da Grécia dos demais, e o ECB fica apontando sua bazuca, acho
que isso não ocorreria. Outra desvantagem seria o prejuízo para bancos que
terão seus ativos em Euros transformados em drek, mas isso é somente uma
marcação a mercado.
2) Por que a Grécia sairia da União?
Eu comprei títulos gregos acreditando que não fazia sentido
algum o Governo grego defaultar, já que ele ainda tem déficit primário. Percebo
agora que, se a Troica parar de dar mais recursos à Grécia, faz sentido
defaultar mesmo assim. Mas ainda não acho que isso seria suficiente para sair
da União.
Talvez você ache que como a saída criaria uma forte
desvalorização cambial, isso impulsionaria a economia. Ou talvez acredite que
há suporte político ou da população para essa saída. Eu não. Mesmo após
defaultar, através de PSI (private sector involvement) ou não, faz mais sentido
para a Grécia continuar na União.
Em minha opinião, o que mudaria o jogo seria a Troica parar
de suportar os bancos gregos. Sem o Banco Central Europeu por trás, atuando
como emprestador de última instância, os bancos gregos seriam atacados, e não
poderiam ser salvos pelo Tesouro grego, que está quebrado e não pode imprimir
Euros livremente. Daí os custos para a Grécia, de ficar sem sistema financeiro,
seriam imensos, e justificariam o abandono da União.
3) O que vai acontecer?
A Troica ainda não está preparada para tomar medidas tão
draconianas. A Grécia irá defaultar, i.e., haverá alguma forma de
reestruturação da dívida grega. Mas a Grécia não abandonará a União, pelo menos
por ora.
Muitos analistas (imagino, pela pequena amostra que tenho) consideram um outro ponto: o temor que a recuperação grega possa causar aos demais parceiros igualmente atolados que procurariam o mesmo caminho dos gregos.
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