sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Duas Outras Metodologias para Juro Neutro

Além das outras 3 metodologias, essas duas outras:


4)      Esqueça equações, e filtre os juros reais praticados no passado. Seja criativo, e utilize o Hodrick Prescott. Lembre-se que se a inflação estiver subindo (ou caindo), esses juros não são os neutros. Por exemplo, se o Banco Central estiver dormindo (assim como o CT), e praticando juros muito baixos, e como consequência a inflação estiver constantemente subindo, você estará subestimando os juros neutros.

5)      Utilize o CHORINHO ou outro modelo DSGE não tão bom, tal como o SAMBA. Nesses modelos os diversos choques fazem com que o "juro neutro" seja bastante volátil, e meio inútil. Por outro lado, as projeções dependem muito menos da hipótese juro neutro do que aquelas feitas através de outros modelos. Assim, até certo ponto você pode ignorar toda essa discussão. E aproveitar seu tempo livre para conferir a Sessão da Tarde.

3 comentários:

  1. Professor, este tal de DSGE parece tão milagroso que estou arrependido de ter dormido também quando fiz o seu curso há uns dez anos. Você poderia explicar porque a projeção do fenômeno depende menos do "juro neutro"?

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  2. Professor,

    Eu, que nunca dormi nas suas aulas e que fiz seu curso já em uma época na qual você acreditava que política monetária tinha efeitos no lado real da economia, também fiquei com essa dúvida.

    Se utilizarmos o conceito de juro real "wickesiliano à la Woodford", onde o juro neutro seria aquele que prevaleceria em uma economia com preços flexíveis e sem choques ineficientes em termos de bem estar, sua afirmação faz sentido e todos poderemos conferir a Sessão da Tarde. Afinal, nessa "economia ideal, flexível e inexistente", não existe banco central!

    Agora, caso o juro neutro seja a taxa real de juro de estado estacionário (mesmo conceito dos métodos 1 e 2 descritos em post anterior), o juro neutro será tão importante quanto nos outros modelos. Aliás, vale lembrar que tanto o controverso SAMBA quanto o tão aclamado chorinho não utilizam o conceito "wickseliano à la Woodford", dado que a regra de Taylor não considera como hiato do produto os desvios do PIB em relação ao nível que este teria caso a economia tivesse preços flexíveis, mas considera sim o hiato como desvios do PIB em relação ao seu nível de estado estacionário.

    Inclusive, neste último caso, vale lembrar que a taxa real de juro de equilíbrio do SAMBA é de quase 9%!!! Assim, projeções de inflação do modelo, sem a inclusão de choques externos, deveriam mostrar um IPCA crescendo muito acima de 4% ou uma Selic muito acima de um dígito! Gozado, né?

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  3. CT: A explicacao esta intimamente ligada ao processo utilizado nas projeções feitas através de um modelo DSGE, que esta baseado numa utilizacao consistente dos choques previamente estimados. Excessivamente longo, demasiado tecnico e abusivamente chato para um blog. Me paga um cafe um dia destes e discutimos isso.

    FG: Seu desconhecimento sobre poltica monetária nos antigos modelos de RBC explica porque vc não entende a importancia dos juros naturais wicksellianos no Samba. A culpa deve ter sido do seu orientador asinino. Seja como for, recomendo que vc preste Anpec e faça um mestrado.

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