domingo, 11 de março de 2012

Termodinâmica para Economistas II (meio complicado)


É verdade que Economia é sobre alocação. Mas ela envolve também a alocação feita para se produzir bens. Assim, ao resolver um modelo, além de descobrir para quem vai cada fatia da torta também temos de encontrar o tamanho da torta. Consequentemente, diferentes equilíbrios econômicos podem ter mais ou menos energia. Por isso é que a resposta ao post anterior foi “não”.

Suponha que através de suas operações Banco Central Europeu fará com que a Europa trabalhe e produza mais. Daí, a arrecadação com imposto inflacionário poderá ser menor do que o bailout (ajuda) feita à Itália. Em outras palavras, a quantidade de energia perdida na Itália não tem de ser integralmente recuperada com inflação, porque mais energia foi inserida no sistema.

Como você já está boiando, deixe-me complementar com algo mais técnico. Mesmo considerando a “desutilidade” resultante do aumento de trabalho, pode ser que o Banco Central esteja eliminando alguma “ineficiência” do sistema e criando uma solução ótima, no sentido de Pareto. 


Essa lógica está por traz do argumento de armadilha de liquidez (liquidity trap) do Paulo Krugman. Esse sujeitinho acredita que não haveria custo algum se o Banco Central for “crivelmente irresponsável”, porque isso reduziria ineficiência criada pela impossibilidade dos juros nominais serem negativos. A economia se recuperaria e todos sairíamos ganhando.


Como sempre não há nenhuma inconsistência teórica no argumento do Paulo. Mas, também como sempre, ele está errado e eu estou certo.

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