segunda-feira, 5 de março de 2012

CBO vs BLUES (Expectativas Irracionais)


Na figura, a projeção do PIB feita pelo CBO (Congressional Budget Office), órgão apartidário responsável por projeções de orçamento, lá na matriz. Os valores são trimestrais anualizados, do cenário denominado de “baseline”. O barato é olhar a queda no primeiro tri de 2013, que se deve à hipótese de grande aperto fiscal, tanto aumento de impostos como queda de gastos.

O CBO chega nesse resultado através de um “raciocínio keynesiano”. Assume um PIB potencial (o qual por sua vez é calculado a partir de hipóteses de produtividade, força de trabalho, etc) e subtraem o efeito da política fiscal (utilizando um multiplicador). Como o grosso do ajuste fiscal ocorre no primeiro tri de 2013, a redução do crescimento do PIB fica concentrada nesse período. Se o Congresso conseguir postergar o ajuste por mais um ano, o CBO lhe dirá que a queda no crescimento também foi adiada.

O BLUES, meu sensacional modelo DSGE para os EUA, também tenta capturar o efeito do aperto fiscal, mas com metodologia bem melhor. Os agentes econômicos inteligentes antecipam a política fiscal, e já reduzem o investimento agora. (Tecnicamente, a dívida do governo é uma variável de estado, e os impostos e gastos do governo são funções dessa dívida). Como consequência, mesmo se o Congresso postergar o ajuste fiscal, o crescimento americano será medíocre pela antecipação do que virá no futuro.


Nenhum comentário:

Postar um comentário