Na figura, a projeção
do PIB feita pelo CBO (Congressional Budget Office), órgão apartidário responsável
por projeções de orçamento, lá na matriz. Os valores são trimestrais
anualizados, do cenário denominado de “baseline”. O barato é olhar a queda no
primeiro tri de 2013, que se deve à hipótese de grande aperto fiscal, tanto
aumento de impostos como queda de gastos.
O CBO chega nesse resultado através de um “raciocínio keynesiano”.
Assume um PIB potencial (o qual por sua vez é calculado a partir de hipóteses
de produtividade, força de trabalho, etc) e subtraem o efeito da política
fiscal (utilizando um multiplicador). Como o grosso do ajuste fiscal ocorre no primeiro
tri de 2013, a redução do crescimento do PIB fica concentrada nesse período. Se
o Congresso conseguir postergar o ajuste por mais um ano, o CBO lhe dirá que a
queda no crescimento também foi adiada.
O BLUES, meu sensacional modelo DSGE para os EUA, também
tenta capturar o efeito do aperto fiscal, mas com metodologia bem melhor. Os
agentes econômicos inteligentes antecipam a política fiscal, e já reduzem o
investimento agora. (Tecnicamente, a dívida do governo é uma variável de estado,
e os impostos e gastos do governo são funções dessa dívida). Como consequência, mesmo se o
Congresso postergar o ajuste fiscal, o crescimento americano será medíocre pela
antecipação do que virá no futuro.
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