quarta-feira, 28 de março de 2012

Alguns amigos do FK têm ideias exuberantes !

(mildly wonkish)

Eu adoro os modelos da tradição neoclássica, eles são elegantes e jogam alguma luz sobre importantes fenômenos econômicos. A revolução metodológica do Lucas, Prescott e cia é de imensa validade para o mundo acadêmico e o de policy.

Mas há limites, meu bom Pai. Se não puser limites na tigrada, a coisa toda, o arcabouço belo e útil, fica desacreditado para o mundo. Vejam o exemplo desse paper aqui: http://www.nber.org/papers/w17543.pdf

A ideia dos autores é a seguinte: reformas estruturais são particularmente boas em períodos recessivos, pois ao gerarem aumento esperado de renda do agente representativo no futuro, elas fazem com que esse agente incremente sua demanda por bens hoje, deslocando a demanda agregada e portanto tirando a economia da recessão....

É demais para mim. Quem compra isso? Se a Dilma anunciar reformas estruturais nos portos brasileiros e nos custos de cartório que travam a economia, você, antecipando os ganhos disso, começa já a consumir mais hoje, ajudando o combalido PIB desse trimestre? O modelo entrega mesmo esse resultado via efeito-renda, mas poxa vida...

Reformas estruturais são boas pois alavancam o PIB potencial de longo prazo. É por isso. Não precisa exagerar, já é suficientemente importante.

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