Ontem tomei uma bronca
do professor sobre minha ausência no blog. Agora ele está ensinando as maravilhas do
DSGE para os incautos da FEA. O Dudu anda usando a régua para coletar um
novo banco de dados que permitirá estimar com precisão o potencial de
crescimento do Brasil.
Aproveito então para concluir o comentário sobre a questão do juro neutro. Revisando as metodologias propostas pelo
FK, há dois caminhos inconciliáveis. Num extremo encontram-se as
soluções que estruturam o problema de forma mais ou menos aderente com a
teoria, adotam uma série de hipóteses que tornam possível usar os dados disponíveis e
obtém respostas teoricamente robustas, mas inúteis e pouco críveis.
A outra opção é driblar
a teoria e usar técnicas que definem o juro neutro como sendo uma média da
sequencia de juros reais observados. O DSGWE é a versão mais tosca dessa família. Meu orientador torce o nariz por duas razões. Primeiro,
porque a média do juro real vem caindo e há inúmeras formas de caracterizar
esse comportamento. Segundo, porque a inflação efetiva tem superado persistentemente
a meta, sugerindo que o cômputo de uma média pode subestimar o juro neutro real.
Quando o problema não
tem solução, a melhor referência é o Capitão Kirk: mude o problema.
No nosso caso, uma
alternativa é: (i) construir um modelo simplesinho reproduzível por qualquer um em
que o juro neutro aparece como uma hipótese, (ii) usar o DSWGE ou coisa
semelhante para definir uma banda razoável de premissas para o juro neutro no
futuro, (iii) simular a trajetória da inflação.
Talvez você conclua - sem embromação do tipo "remuneração do capital em estado estacionário"
- que a premissa para o juro neutro seja de fato irrelevante no horizonte de
interesse. Talvez volte ao assunto.
Update: o FK faltou. O Marcão, que está aqui do lado, e louco para dançar o Samba, compareceu e deu com o nariz na porta. É mole?
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