quinta-feira, 22 de março de 2012

Star Trek e juro neutro


Ontem tomei uma bronca do professor sobre minha ausência no blog. Agora ele está ensinando as maravilhas do DSGE para os incautos da FEA. O Dudu anda usando a régua para coletar um novo banco de dados que permitirá estimar com precisão o potencial de crescimento do Brasil.

Aproveito então para concluir o comentário sobre a questão do juro neutro. Revisando as metodologias propostas pelo FK, há dois caminhos inconciliáveis. Num extremo encontram-se as soluções que estruturam o problema de forma mais ou menos aderente com a teoria, adotam uma série de hipóteses que tornam possível usar os dados disponíveis e obtém respostas teoricamente robustas, mas inúteis e pouco críveis.

A outra opção é driblar a teoria e usar técnicas que definem o juro neutro como sendo uma média da sequencia de juros reais observados. O DSGWE é a versão mais tosca dessa família. Meu orientador torce o nariz por duas razões. Primeiro, porque a média do juro real vem caindo e há inúmeras formas de caracterizar esse comportamento. Segundo, porque a inflação efetiva tem superado persistentemente a meta, sugerindo que o cômputo de uma média pode subestimar o juro neutro real.

Quando o problema não tem solução, a melhor referência é o Capitão Kirk: mude o problema.

No nosso caso, uma alternativa é: (i) construir um modelo simplesinho reproduzível por qualquer um em que o juro neutro aparece como uma hipótese, (ii) usar o DSWGE ou coisa semelhante para definir uma banda razoável de premissas para o juro neutro no futuro, (iii) simular a trajetória da inflação.

Talvez você conclua - sem embromação do tipo "remuneração do capital em estado estacionário" - que a premissa para o juro neutro seja de fato irrelevante no horizonte de interesse. Talvez volte ao assunto.

Um comentário:

  1. Update: o FK faltou. O Marcão, que está aqui do lado, e louco para dançar o Samba, compareceu e deu com o nariz na porta. É mole?

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