O FK informou que o seu
DSGE – o Chorinho – dispensa um grande dissabor da profissão: adivinhar o juro
neutro, ou seja, aquele que é compatível com taxa de inflação estável.
Animado, perguntei ao mestre
como o DSGE consegue a proeza. Afinal, penso que para saber se o juro está alto
ou baixo é preciso ter uma base de comparação.
Ela pode ser explícita,
sob a forma de uma premissa para o juro neutro, ou estar escondida de alguma
forma nas entranhas do método usado para prever a inflação como função da
política monetária.
Vejam a resposta: “a
explicação está intimamente ligada ao processo utilizado nas projeções feitas
através de um modelo DSGE, que está baseado numa utilização consistente dos
choques previamente estimados”.
As lições do FK são para mim verdades (quase) inquestionáveis. Como a resposta deixou uma sensação estranha, corri para a Praça da Sé, selecionei aleatoriamente 100 pessoas e perguntei a elas o que acharam da explicação.
Para a minha surpresa, 96 selecionaram a opção “cristalina como a água benta da Catedral”. Três escolheram a alternativa “ligeiramente confusa”. Um mendigo optou por “sbiriguda veniale la supercazzola prematurata con doppio scappellamento a destra e guida a sinistra, oppure tarapia tapioco come se fosse antani”.
Ainda, o mendigo aproveitou para dizer que ele tem achado o Consciência um pouco complicado e, por isso, tem preferido folhear a Econometrica.
Atendendo ao mendigo, estréio na nova casa tratando do juro neutro a partir de um arcabouço que considero bastante útil: o Diagnóstico Superficial Gráfico without Embromation – ou, para simplificar, DSGE.
Medite um pouco sobre as características da figura abaixo, com a trajetória recente do juro real e, no próximo capítulo, vamos aplicar o DSGE.
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