Em sua provocadora estreia, o CT (i) colocou-se cético com
relação aos modelos DSGE e reclamou que eu não expliquei bem porque nesses
modelos o juro neutro não é muito importante, e (ii) resmungou sobre minhas
complicadas explicações, que deixam o blog chato. Fiquei matutando como
satisfazer (i) e (ii) simultaneamente na minha réplica, e não cheguei a
conclusão alguma.
Daí fui buscar o tal mendigo na Praça da Sé para ver se ele
me ajudava. Encontrei um sujeito estrábico, sentado sobre uma caixa de papelão, vestindo um agasalho da UCLA, folhando um livrinho cinza, cheio de fórmulas. Não sei se era ele ou não. (CT: coloquei
a foto dele abaixo para ver se vc o reconhece). Meio de mau-humor com minha
interrupção, ele manteve um olho nas equações e com o outro me olhou, e disse: “For
every complex problem there is an answer that is clear, simple, and wrong.”
Armado com essa máxima, cheguei a uma solução para o
problema colocado pelo CT. Vou retirar duas das metodologias antes propostas
para calcular juro neutro:
(-5) Esqueça o DSGE como possiblidade. Lembrei-me que na
metodologia do Laubach e Williams (2003), citada antes, o juro neutro também é
praticamente irrelevante para projeção de inflação. Isto porque, assim como num
DSGE, nessa metodologia a projeção depende da pré-filtragem dos dados. O DSGE só serve para tornar essa outra metodologia mais robusta e bem fundamentada, mas isso não importa.
(-4) Esqueça também a metodologia de ignorar as equações e
somente filtrar o juro real observado no passado. Por que? Pois estou
desconfiado que o DSGWE do CT vai utilizar alguma variante dessa técnica, e quero evitar
qualquer constrangimento.
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