quinta-feira, 2 de maio de 2013

Plano Real pra Industria

Fui ler, a pedidos dos leitores, a entrevista frankstein Belluzo-Bacha

O plano Real pra industria, do Bacha, é: cortar gastos (como proporção do PIB) pra reduzir impostos e então abrir mais a economia e fazer acordos comerciais. Difícil discordar disso. Vai fazer, vai arranjar uma coalizão pra isso...coalizão pra derrotar a hiper-inflação é bem mais fácil.

O que eu posso acrescentar aqui é isso: não é óbvio que fazer espaçado no tempo seja o ideal, pois gera time-inconsistency e fadiga, ambos fatores que matam a reforma. Fazer na porrada pode ser mais politicamente viável, apesar de provavelmente menos economicamente produtivo dado que na economia tem uma porrada de sunk costs.

Sobre um dos pontos do Belluzo: ele diz lá que nos anos 60 e 70 o pais crescia porque tinha uma tal coordenação privado- estatal...pode até ser (eu que sou fã do paper de Big-Push da trinca de Chicago no JPE 1989), mas uma explicação alternativa é: uai, lá o K/Y era baixo, então investimento tinha um baita impacto e iria acontecer com ou sem governo empurrando. Talvez o empurrão tenha atrapalhado, com dinheirama desperdiçada em projetos nada a ver. Vai saber... não temos o contra-factual.


2 comentários:

  1. O Bacha tenta montar um plano em que fazemos o que tem que ser feito e escolhemos uma das mil coisas que o governo da neo-soviética Dna bronca busca, no caso ajudar a industria do Brasil. Começa com corte de impostos/gastos públicos e abertura da economia, depois podemos fazer o que quiser, mudar o nome do Brasil para Repúblicas dos Trabalhadores por ex. Ficaremos felizes todos.
    Tento isso com meu filho de 5 anos, que ele coma verduras e legumes e não tem dado certo. Deve porque o QI do moleque é maior do que os economistas do governo. Tomara que o plano do Bacha funcione.
    Maradona

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  2. Belluzo da um tiro no pé quando defende o estado intervindo (gastando) na economia p gerar demanda efetiva e ao mesmo tempo se pergunta e critica porque temos mais rodovias e menos ferrovias hoje?
    Eu aconselharia ele olhar quais incentivos o Estado fez ao longo do tempo para isso ter ocorrido.Por exemplo incentivar mais rodovias para vender carros/caminhoes. Ou seja deixaram o estado resolver isso e olha onde deu.

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