segunda-feira, 13 de maio de 2013

Loss Aversion, Financial Repression and Great Rotation


Motivado pelo João Vaz tentei fazer umas contas. Dado que os juros reais são negativos (no mundo desenvolvido), os agentes econômicos vão realocar seus ativos para a bolsa mesmo que essa contenha muito risco. Haverá o tal do "great rotation", de bonds para equity. E com isso, o PE (price earnings) da bolsa ficará muito mais alto do que o usual. Mas quanto?
A teoria de Loss Aversion (Kahneman e Tversky) é consistente com aquele papo de que dentro de nós há dois sistemas, um reflexivo (Mr. Spock) e outro automático (Homer Simpson). O Homer tem utilidade meio estranha, que não satisfaz transitividade e outras racionalidades. Em particular, dá muito mais peso para o desgosto que para o gosto.
(Eu gosto da história. Imagino que o CESG-sob-a-lupa também. O Antoninho, um babaca, vai achar que é muito heterodoxo. O CT está dormindo. O X, que se dane o X.)
Para aplicar a teoria eu utilizei as preferências propostas pelo Kahneman e Tversky (na figura) e segui os passos do Benatzi e Thaler (QJE 1995). Preocupados com o equity risk premium eles calcularam as condições para fazer o Homer Simpson indiferente entre bonds e equities. Eu fiz o mesmo, mas usando os novos valores para juros reais.
Na tabela os resultados que obtive. Sabendo que a bolsa tem o mesmo risco de sempre, o Mr. Spock manteria o Equity Risk Premium em 4,5, e o PE da bolsa ficaria nos usuais 15. O Homer, desgostoso com o juro negativo, faria o Equity Risk Premium cair para 3, levando o PE da bolsa para 19.


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