Tenho
tido que fazer uns chutes para o longo prazo para garantir a sobrevivência. Infelizmente não sou um mago dos mercados financeiros como o FK.
O primeiro passo é retirar do PIB a contribuição da demografia e do acúmulo
de capital para chegar a uma medida da eficiência com que o país combina estes
insumos para produzir – a Produtividade Total dos Fatores (PTF).
O FK me ensinou a
pegar a PTF e retirar dela dois componentes adicionais: (i) a contribuição do capital humano, medido pelos
anos de escolaridade, e (ii) as distorções observadas no preço do capital.
(usando a metodologia de uns caras que publicaram um texto na American Economic Review e que ele sempre cita para dar credibilidade aos exercícios).
Retirando estas duas influências de natureza mais objetiva, resta o que pode ser considerada uma medida indireta da eficiência da economia, provavelmente ligada a aspectos
mais qualitativos que, normalmente, vemos em análises que tratam de “ambiente
de negócios”, “instituições”, "governança" e etc.
A figura
mostra uma comparação entre os resíduos ("eficiência") do Brasil e dos EUA.
No início dos tempos, nossa eficiência gravitava em torno de 60% da
americana. Com o Milagre, chegamos a ser equivalentes - no final dos anos 70, por exemplo, se a nossa escolaridade
e preço do capital fossem iguais aos dos EUA, a renda per capita também seria
igual.
A chacoalhada dos anos 80 (choque do petróleo, Paul Volcker, quebra do
México) fez a inflação disparar e a eficiência despencar.
Após a flutuação cambial, em 1999, que consolidou a
estabilização, a eficiência voltou a descrever uma tendência de elevação suave –
talvez por conta dos dividendos de todas as reformas econômicas feitas a partir
de 1994.
Mais recentemente, no entanto, essa trajetória de melhora murchou, talvez porque o
esforço de reformas tenha também murchado. Ou não.
"Ou não" o cacetete. Essa metodologia é completamente impermeável a críticas
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