Deixe-me aproveitar o bom humor com o preço do vestuário, com
o fechamento do Pré, com o fato de eu mais uma vez ter acertado por razões aleatórias,
para responder alguns comentários.
A projeção de inflação de 2013 com o CHORINHO (meu
sensacional modelo DSGE, não há artigo disponível para leitura, a melhor
referência para quem está aprendendo é a do próprio Samba, no trabalho para
discussão do BC, onde implicitamente aparece o custo marginal) depende muito da
hipótese sobre o crédito. Claro que também depende do dólar, commodities,
política fiscal e monetária. Mas é na hipótese do crédito que estou gastando
todo meu tutano.
Um dia desses eu rodei uma regressão sensacional entre o crescimento
nominal do crédito e seu spread defasado. Daquelas que quando você olha o
resíduo tem certeza que é tudo espúrio. O resultado foi que o spread antecede o
crédito, e os níveis atuais são compatíveis com o crédito crescendo a 6%, muito
menos que os 15% que se fala. É, eu sei que o BNDES e o Banco do Brasil vem aí, mas ainda assim isso está estranho.
Sinta o drama. Se o crédito continuar se expandindo forte,
dólar e commodities flat, política fiscal um pouco mais frouxa, juros parados
em 9%, a inflação de 2013 no CHORINHO fica acima de 6%. Mas se o crédito parar,
em linha com que os spreads atuais indicam, não tem inflação nenhuma em 2013, e
o BC pode até reduzir mais os juros.
Professor, o Mantega consultou o CHORINHO antes de brigar com os bancos? Pelo visto, o governo está certo mais uma vez....
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