terça-feira, 9 de abril de 2013

QUAL EH A TUA, DELFIM?

Olha, Delfim, nao foi legal o que você escreveu no Valor hoje. Equivale a chamar os outros de idiota. Eu, economista x, nao sou idiota e tenho duvidas sobre a autonomia do BC sim. O governo criou essas duvidas, nao os mercados que você tanto critica. A presidente disse que quem fala de inflação eh o Mantega e afirmou num lampejo de sinceridade ( que revelou sua ignorância sobre teoria economica) que nao existe tradeoff entre crescimento e inflação no curto prazo, tudo o mais constante. O que você quer que as pessoas acreditem, dado isso e dado que a inflação esta gordinha que só ela?

O pessoal técnico do BC eh muito bom mesmo, tenho amigos lá competentes. Mas nao sao apenas eles que sabem rodar modelo de dsge, Delfim! Se liga, po!

Pare de torcer, e volte a analise rigorosa (nao consigo por a crase no iPad)! Baixe o dynare no matlab e rode seus próprios modelos de dsge, eh relativamente fácil para uma pessoa inteligente como você.

6 comentários:

  1. Naive supor que Delfim seja um analista isento. Eh na melhor hipotese, um sincero ideologo do intervencionismo e dirigismo estatal e, na pior, um pistoleiro de aluguel a servico do PT. Mas o interessante eh que ateh a troika de conselheiros heterodoxos de Dilma, formada por Delfim, Nakano e Belluzo, reconhecem hoje que nao dah mais pra conviver com inflacao no topo da banda. O aperto estah praticamente sacramentado.

    abracos (caso o Kanczuk esteja lendo),
    Jorge Larangeira

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  2. Os conselheiros econômicos foram ao planalto e o discurso está afinado. Mesmo elevando os juros fica claro que o BC está de passageiro na política monetária. E o governo nem tenta esconder isso mais.
    Dantas

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  3. X,

    Será que o Delfim passou do Modelo IS-LM?

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  4. O Jabba é um cara muito inteligente! Quem não tem base econômica cai no papo dele.

    Acho que ele erra nas 3 críticas! Apesar do BC não ter iniciado o processo de alta de juros quando deveria (e, assim, ter contaminado a expectativa de inflação), acredito que a Autoridade Monetária esteja testando um novo equilíbrio de juros sabendo que o processo transitório traz consigo um tanto a mais de inflação do que seria desejado. Resta esperar a próxima troca de poder (fim de 2014) e ver como o BC vai se portar...

    Uma coisa que me incomodou foi o elogio que o Jabba fez ao trabalho do working paper do BC. Ele faz o elogio, mas deixa de lado que as condições de steady-state do modelo implicam a ausência de trade-off de longo prazo entre inflação e desemprego que ele tanto criticava antes. Aposto que ele sabia disso!

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  5. No Brasil, via de regra, os economistas mais seniores cagam muita regra sem terem base intelectual para isso. A maioria de fato nao passou do ISLM. Poucas sao as exçecoes.

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  6. A desonestidade intelectual do Delfim é oceânica (o mau-caratismo em outras esferas é assustador também, mas isto é uma história muito longa para ser contada aqui).

    Toda a crítica que ele faz ao "mercado" e aos "economistas ligados ao sistema financeiro" no sentido de que as restrições à política econômica são ideológicas deve ser aplicada a ele mesmo. Como foi bem dito pelo Larangeira acima, ele sempre foi um ideólogo do intervencionsimo e dirigismo estatal e esta crença o leva a atacar tudo o que se desvia dela.

    Cabe lembrar aos mais novos que foi Delfim na Fazenda quem interrompeu no começo dos anos 70 o processo estabilizador de Campos-Bulhões iniciado em meados da década de 60, com o argumento imbecil de que a inflação residual era um problema estrutural de custos, não de excesso de demanda, e que cabia usar os instrumentos de política econômica para acelerar o crescimento & ampliar a oferta (alguma similaridade com a discussão atual?). Com isso inflou a atividade para produzir o "milagre" e legitimar o período mais negro da ditadura militar. A deterioração fiscal, o aumento do desequilíbrio das contas externas e a conseqüente aceleração inflacionária que levaram depois à década perdida podem ser debitados na conta dele.

    Aliás, o segundo delfinato no começo dos anos 80 foi um desastre ainda pior de gestão política econômica, com prefixação da correção monetária e cambial em cerca da metade da inflação corrente (que era de três dígitos) e outras maquinações que iniciaram a tradição de confisco do principal da dívida interna. E foi o Delfim quem literalmente quebrou o Brasil em 1982, retardando o acordo com o FMI até depois das eleições gerais de novembro daquele ano, as quais eram críticas para a formação do colégio eleitoral que elegeria o primeiro presidente civil em 1985.

    Com este brilhante track record, da onde vem a credibilidade dele? É seguramente um dos economistas mais overrated do país.

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