segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Poderosos Chefões

Com todas as falhas de mercado passíveis de serem corrigidas por ato governamental que se pode imaginar, ainda não há fórmulas melhores do que a ambição e o egoísmo para resolver o complicado problema da alocação dos recursos.

Não dá outra: faça uma pesquisa e verás que o ser humano costuma produzir mais quando tem a perspectiva de enriquecer se esforçando. No processo há todo tipo de pilantragem que exige correções na marra. Mas, quando a mão pesada erra a dose, o espírito empreendedor desaparece e a aldeia empobrece.

Neste sentido, preocupam os esforços crescentes do governo para fazer com que o Brasil volte a se parecer com o mastodonte que parou de crescer por 20 anos após o "milagre".

O divertido esporte de transferir fortunas de A para B por meio de canetadas é uma forma bastante eficiente de voltar no tempo. Ao que parece as otoridades estão curtindo a brincadeira.

Tanto isso é verdade que em uma entrevista ao Estadão o Ministro da Fazenda, no melhor estilo Siciliano, lembrou os bancos que "se nós estamos preocupados, é bom que [vocês] também se preocupem".

E emendou com a frase que, a meu ver, é uma das grandes pérolas do século:


"Desde 2003 não violamos nenhum contrato".

Isso mesmo, o Ministro da Fazenda achou pertinente explicar que o governo não viola contratos.

E logo após veio mais uma canetada.

E hoje teve mais uma.

Essa historinha singela contada no blog do Guilherme Barros fez as ações de distribuidoras de combustíveis amargarem perdas enormes. A ideia genial do governo é forçar para baixo o preço de venda de combustíveis de uma distribuidora sob o seu controle para fazer com que as empresas privadas façam o mesmo - resolvendo de forma brilhante dois problemas: a inflação e as distorções derivadas da manipulação do preço da gasolina sobre a Petrobras.

Nada melhor que uma manipulação aqui para resolver uma distorção ali. Vamos tocando e comemorando alegremente porque, até agora, o governo não violou nenhum contrato. Boa, não?

Em tempo: nenhuma decisão foi tomada, mas, diante do currículo, dá para acreditar que não virá mais esta atrocidade?

3 comentários:

  1. Contratos não são sacrossantos, Celso Toledo. Se você estudasse mais e ficasse menos tempo na Internet, você saberia disso. Então não me venha com argumentos fracos, explique porque em cada situação faz ou não faz sentido quebrar contratos. É "ótimo" a Grécia honrar seus contratos, Celso Toledo?

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  2. Traga a valor presente todo o crescimento que o país deixará de ter por conta da mão pesada. Vale a pena para subsidiar o consumo de gasolina e forçar o setor privado a bancar parte da farra? Vale a pena para enganar não sei quem com relação à inflação? É bem diferente da situação da Grécia, não? Lá, o setor privado embute a chance de calote há algum tempo e cobra caro pelo que é inevitável. Se é para levar este argumento fraco ao limite - é o que você faz ao invocar o caso da Grécia - a conclusão óbvia é que sempre valerá a pena romper um contrato. Você já foi melhor Mr X. Recomendo uma matrícula na FEA e um Eco 101.

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  3. Era isso que eu queria que você fizesse, seu estúpido. Explicar seu ponto, que é essencialmente correto. Explicar ao invés de fazer panfletagem. Você talvez não tenha percebido, mas você fez justamente o que eu ordenei no comentário.

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