terça-feira, 30 de outubro de 2012

Controle fiscal do IPCA - II


Antes de começar a mostrar respostas impulso, do jeito que o Madeira quer, eu perguntei para o Chico como foi 2012. Se entendi, e fiz a contas mais ou menos corretamente, o efeito da redução do IPI sobre linha branca e sobre automóveis tirou uns 0,1% e 0,4% da inflação, respectivamente. Assim, em 2012, o IPCA seria 0,5% a mais do que será, devido às renúncias fiscais. E o superávit primário uns 0,6% a menos, ou algo assim.
Teve também a mudança da POF que já tirou 0,7%, mas isso não conta. (Somando tudo, seria suficiente para tirar a inflação da banda.)
Surpreso com o efeito da POF eu fiz o gráfico abaixo, novamente com a ajuda do Chiquinho, que mostra o efeito acumulado da mudança, desde fev/2009. (Para antes de dez/2011 o Chico calculou o IPCA retroativo com a nova POF; para depois de jan/2012 recalculou o IPCA com a POF antiga. Daí, eu fiz a diferença entre o IPCA obtido com as POFs velha e nova.)
Curiosa essa tendência. Alguém sabe o porquê? Trata-se da correção do Laysperes que, com o passar do tempo, acaba dando mais peso para os produtos com maior inflação?


Um comentário:

  1. Sim. Tem relação com quantidades fixas POF 'velha' x 'nova'. Os tradables ganharam espaço em quantidades na nova POF e perdem sistematicamente peso na atualização mensal de preços. O preço real de duráveis é medonha, mas quase sempre o quantum corrige bom naco disso (a POF 2009 pegou o boom das vendas de automóveis durante Lula II; coisa de +30% aa). Creio que a maneira mais bacana de minimizar o problema é usar 2000-2009 com a POF atual, mais próximo de Paasche ou, se quiser ser sofisticado, distribuir as POFs de forma suave no tempo (corrigir Laspeyres por Paasche). Ab, Tobias

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