Minha opinião é distinta da do CESG. Eu acho que entendo o
ponto dele, sobre os custos da rigidez para baixo dos salários, e os benefícios
de poder fazer o ajuste via câmbio nominal. Também creio que entendo o impacto
sobre exportações, ainda que acho que ele vai demorar a ocorrer, pois o “J”
precisa fazer a curva.
Mas ainda assim penso que a confusão será tão grande que os
custos da saída serão maiores. Não sei bem porque, não tenho boa teoria. A
título de exemplo, sabemos que default de dívida soberana faz desaparecer uns
10% do PIB, mas não entendemos direito o canal. No caso em tela, imagino que a
confusão no sistema de preços, o nervosismo com o inesperado, ou algo assim,
farão um estrago. Daí, quando formos integrar no tempo os custos dos dois
cenários, sendo que um deles é um contra-factual não observado, obteremos que o
minha intuição estava correta.
Mais relevante, estou ficando com a impressão que a Grécia
não terá de fato a opção de ficar. O Dragui parece estar traçando uma linha na
areia, deixando os bancos gregos sujeitos a corrida. Antes da nova eleição a
grana do “ELA”, que está sendo utilizada para dar liquidez aos bancos gregos,
já vai ter acabado.
É, tá com cara que o Mario vai subrepticiamente expulsar os gastões da moeda comum.
ResponderExcluirVai dar tudo certo no final, quando estaremos todos mortos.
O FK é o responsável pela volatilidade na aparência desse blog. Alguns efeitos da volatilidade no bem-estar economico dependem de coisas estranhas com a terceira derivada da utilidade. Eu acho, sem fazer modelo, que o leitor deve estar agradado. Tem uma coisa em micro ainda mais intrigante: a convexidade da funcao valor em relacao a precos. Preco mexendo eh bom para bem-estar! Isso é muito doido, além de esteticamente belo. Tem no Mas-Collel, para quem quiser ver.
ResponderExcluirMas os gregos vão ou não dar o cano na dívida?
ResponderExcluirPelo visto não têm como pagar.
ExcluirAo que tudo indica o ritmo é de um tango argentino. Saindo do Euro, desvaloriza e cresce novamente. Mas diferentemente dos nosso vizinhos do grande México é necessário fazer reformas para retornar a Zona do Euro.
ResponderExcluirNão acredito que a Alemanha vá colocar dinheiro na dívida de Zeus(moral hazard)e mesmo se isso acontecesse, tampouco os gregos iriam para a produtivilândia trabalhar.
abs
JP
Você pode estar superestimando o custo de um default soberano.
ResponderExcluirVide o artigo do Ugo Panizza e Eduardo Borensztein sobre os custos de default soberano:
http://www.imf.org/external/pubs/ft/wp/2008/wp08238.pdf
Ou então o artigo de Ugo Panizza e Eduardo Levy Yeyati:
http://ideas.repec.org/a/eee/deveco/v94y2011i1p95-105.html
Eu lembro bem da nossa dívida externa dos anos 80, em moratória orquestrada. O erro foi não ter aderido rapidamente ao esquema do calote. No final, ninguém mais lembra disso o que só confirma que o custo da moratória foi baixo.
ResponderExcluirNão seria, assim, tão automático, sair, desvalorizar e crescer. Se fosse assim, poderiam ter realizado tal milagre antes.
ResponderExcluirE o custo de um default soberano não deve ser barato, não. Tanto que para organizar e estabilizar depois, foi bastante trabalhoso.
Houve várias subestimações da correção monetária, sobre preços e salários e vários planos econômicos, até 1994.
Não foi um custo "barato".
Obrigado pelos vários comentários. Mesmo sendo amigo do Ugo e dos Eduardos, ou talvez por isso mesmo, eu ainda acho que o custo de default está em torno de 10%. Isso é dívida externa, e não envolve a bagunça no sistema de preços que uma desvalorização causa, nem os supostos ganhos de produtividade.
ResponderExcluirTudo bem, estava aqui tentando avaliar a encrenca toda. Que não é pouca e é irradiada. Tudo bem.
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