sexta-feira, 18 de maio de 2012

A Grécia Perde Saindo do Euro


Minha opinião é distinta da do CESG. Eu acho que entendo o ponto dele, sobre os custos da rigidez para baixo dos salários, e os benefícios de poder fazer o ajuste via câmbio nominal. Também creio que entendo o impacto sobre exportações, ainda que acho que ele vai demorar a ocorrer, pois o “J” precisa fazer a curva.

Mas ainda assim penso que a confusão será tão grande que os custos da saída serão maiores. Não sei bem porque, não tenho boa teoria. A título de exemplo, sabemos que default de dívida soberana faz desaparecer uns 10% do PIB, mas não entendemos direito o canal. No caso em tela, imagino que a confusão no sistema de preços, o nervosismo com o inesperado, ou algo assim, farão um estrago. Daí, quando formos integrar no tempo os custos dos dois cenários, sendo que um deles é um contra-factual não observado, obteremos que o minha intuição estava correta.

Mais relevante, estou ficando com a impressão que a Grécia não terá de fato a opção de ficar. O Dragui parece estar traçando uma linha na areia, deixando os bancos gregos sujeitos a corrida. Antes da nova eleição a grana do “ELA”, que está sendo utilizada para dar liquidez aos bancos gregos, já vai ter acabado.

10 comentários:

  1. É, tá com cara que o Mario vai subrepticiamente expulsar os gastões da moeda comum.

    Vai dar tudo certo no final, quando estaremos todos mortos.

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  2. O FK é o responsável pela volatilidade na aparência desse blog. Alguns efeitos da volatilidade no bem-estar economico dependem de coisas estranhas com a terceira derivada da utilidade. Eu acho, sem fazer modelo, que o leitor deve estar agradado. Tem uma coisa em micro ainda mais intrigante: a convexidade da funcao valor em relacao a precos. Preco mexendo eh bom para bem-estar! Isso é muito doido, além de esteticamente belo. Tem no Mas-Collel, para quem quiser ver.

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  3. Mas os gregos vão ou não dar o cano na dívida?

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  4. Ao que tudo indica o ritmo é de um tango argentino. Saindo do Euro, desvaloriza e cresce novamente. Mas diferentemente dos nosso vizinhos do grande México é necessário fazer reformas para retornar a Zona do Euro.

    Não acredito que a Alemanha vá colocar dinheiro na dívida de Zeus(moral hazard)e mesmo se isso acontecesse, tampouco os gregos iriam para a produtivilândia trabalhar.

    abs
    JP

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  5. Você pode estar superestimando o custo de um default soberano.

    Vide o artigo do Ugo Panizza e Eduardo Borensztein sobre os custos de default soberano:
    http://www.imf.org/external/pubs/ft/wp/2008/wp08238.pdf

    Ou então o artigo de Ugo Panizza e Eduardo Levy Yeyati:
    http://ideas.repec.org/a/eee/deveco/v94y2011i1p95-105.html

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  6. Eu lembro bem da nossa dívida externa dos anos 80, em moratória orquestrada. O erro foi não ter aderido rapidamente ao esquema do calote. No final, ninguém mais lembra disso o que só confirma que o custo da moratória foi baixo.

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  7. Não seria, assim, tão automático, sair, desvalorizar e crescer. Se fosse assim, poderiam ter realizado tal milagre antes.

    E o custo de um default soberano não deve ser barato, não. Tanto que para organizar e estabilizar depois, foi bastante trabalhoso.

    Houve várias subestimações da correção monetária, sobre preços e salários e vários planos econômicos, até 1994.
    Não foi um custo "barato".

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  8. Obrigado pelos vários comentários. Mesmo sendo amigo do Ugo e dos Eduardos, ou talvez por isso mesmo, eu ainda acho que o custo de default está em torno de 10%. Isso é dívida externa, e não envolve a bagunça no sistema de preços que uma desvalorização causa, nem os supostos ganhos de produtividade.

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  9. Tudo bem, estava aqui tentando avaliar a encrenca toda. Que não é pouca e é irradiada. Tudo bem.

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