Duas teorias para determinar o câmbio Drek/Euro: (i)
segnioriagem, e (ii) balanço dos
pagamentos.
Para a primeira, suponho que a rolagem da dívida está
suspensa, e que o déficit primário grego é de 1% do PIB. Assim, a emissão de Drek
deve garantir ganhos adicionais de seignoriagem de 1% do PIB. Supondo também
que a base monetária é de 5% do PIB (evidentemente ela é função dos juros
nominais, mas estou com preguiça), é necessário uma inflação de 20% ao ano.
Essa taxa de inflação dá a desvalorização anual necessária do Drek, mas a
desvalorização instantânea seria zero.
A segunda teoria é menos inútil. Para equilibrar o balanço
dos pagamentos precisamos uma desvalorização do Drek suficiente para que as
exportações líquidas cubram os serviços do passivo externo. Em vez de fazer um
modelo de exportações líquidas vou só olhar a apreciação recente do câmbio real
grego com relação ao alemão. Para tal, vou utilizar o PPP divulgado pelo
Eurostat (figura), que é mais original do que o custo unitário do trabalho.
Pelo que consegui ver, o déficit de Conta Corrente da Grécia em 1994 era
próximo de zero, então dá para supor que uma depreciação de 50% seria
suficiente para reequilibra-lo agora (desprezando o fato de que o passivo
externo aumentou...).
A essa desvalorização instantânea de 50% tenho que adicionar
o típico overshoot, da ordem de dois, implicando em uma desvalorização de 100%.
Pronto. Com a saída da Grécia o Drek valerá 0,50 Euros. Apesar de parecer um
arredondamento, esse número foi calculado com bastante precisão; garanto que seu
desvio padrão é inferior a 0,01.
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