Almocei hoje com um economista que compareceu ao seminário de metas de inflação do BC.
Fui em uns dois ou três. Os eventos são sempre legais, com a moçada mostrando o que há de melhor em pesquisa sobre assuntos que devem preocupar os BCs. Todo mundo vai. É aquela festa.
Dessa vez parece que não foi diferente. Dentre os palestrantes, um dos "cabeça-de-chave" era o Laurence Ball. Na época que eu tinha tempo para ler coisas interessantes, lembro de ter passado os olhos em um ou dois papers dele.
Salvo engano da memória, o cara é um desses novo-keynesianos - gente séria que coloca algumas falhas e fricções na modelagem para poder explicar o mundo real sem ter que inventar choques malucos. Uma galera que consegue emplacar artigos em revistas acima de qualquer suspeita.
Parênteses: não confundir com a picaretagem que atende pelo nome de pós-keynesianismo. Há uns 8 ou 9 pós-keynesianos no mundo, 5 no Brasil. O FK me disse que eles se caracterizam por fazer modelos com 300 equações descritas por letrinhas que tem um pontinho em cima. E adoram quando a dinâmica resultante é não linear e instável, ponto de sela e o escambau.
Muito bem. Meu amigo disse que o Laurence chegou lá, deu um pigarro e mandou um rosário de deixar até o Mantega envergonhado. Falou que uma meta de inflação de 4% seria boa para os EUA e coisas do gênero.
Tenho certeza que ele falou tudo o que disse imbuído da maior pureza acadêmica. Convenhamos, o mundo está mesmo de cabeça para baixo. Mas a turma ficou apavorada.
Será que o BC foi pego de surpresa também ou a ideia foi dar um recado mesmo?
O FK esteve lá. Vamos ver o que ele achou.
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