sexta-feira, 17 de maio de 2013

You Have to Have Balls

Almocei hoje com um economista que compareceu ao seminário de metas de inflação do BC.

Fui em uns dois ou três. Os eventos são sempre legais, com a moçada mostrando o que há de melhor em pesquisa sobre assuntos que devem preocupar os BCs. Todo mundo vai. É aquela festa.

Dessa vez parece que não foi diferente. Dentre os palestrantes, um dos "cabeça-de-chave" era o Laurence Ball. Na época que eu tinha tempo para ler coisas interessantes, lembro de ter passado os olhos em um ou dois papers dele.

Salvo engano da memória, o cara é um desses novo-keynesianos - gente séria que coloca algumas falhas e fricções na modelagem para poder explicar o mundo real sem ter que inventar choques malucos.  Uma galera que consegue emplacar artigos em revistas acima de qualquer suspeita.

Parênteses: não confundir com a picaretagem que atende pelo nome de pós-keynesianismo. Há uns 8 ou 9 pós-keynesianos no mundo, 5 no Brasil. O FK me disse que eles se caracterizam por fazer modelos com 300 equações descritas por letrinhas que tem um pontinho em cima. E adoram quando a dinâmica resultante é não linear e instável, ponto de sela e o escambau.

Muito bem. Meu amigo disse que o Laurence chegou lá, deu um pigarro e mandou um rosário de deixar até o Mantega envergonhado. Falou que uma meta de inflação de 4% seria boa para os EUA e coisas do gênero.

Tenho certeza que ele falou tudo o que disse imbuído da maior pureza acadêmica. Convenhamos, o mundo está mesmo de cabeça para baixo. Mas a turma ficou apavorada.

Será que o BC foi pego de surpresa também ou a ideia foi dar um recado mesmo?

O FK esteve lá. Vamos ver o que ele achou.

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