segunda-feira, 10 de junho de 2013

A preocupação do Bernardo

Bernardo Guimarães, professor da EESP, e na minha opinião o melhor acadêmico na área de teoria aplicada no Brasil, falou que estava preocupado com a nossa economia. Eu, influenciado pelo debate cotidiano de inflação, Selic, PIB do trimestre e tal, achei que ele falaria sobre isso, que ia dizer que 6,5% de inflação realmente estava demais, etc.

Mas não, ele disse estar muito incomodado/preocupado com a lei do conteúdo nacional da Dilma, com essa idiotice (minhas palavras) de forçar o empresário a comprar aqui. O alerta dele foi: "pô, os empresários agora tem incentivos a investir menos para mostrarem que estão mal das pernas para então poderem pedir auxílio pra Dilma; isso danifica crescimento e produtividade". 

É claro que não dá pra descuidar da inflação e do déficit, mas é importante ter em mente que desvios na coisa da eficiência micro são os mais danosos para o que importa, que é o crescimento da produtividade.

3 comentários:

  1. Mas isso implica supor que os empresários do mesmo ramo já não concorrem, né? Afinal, para um empresário individual não valeria a pena deixar de investir para pedir auxílio à Dilma.
    Incerteza institucional e o rent-seeking tradicional ainda me parecem mais importantes para explicar a estagnação da produtividade.

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  2. Bom comentário, Leonardo.
    incerteza institucional seguramente eh importante, e muito
    acho que os empresarios conseguem resolver esse problema de coordenação em lugares como a Fiesp...e no caso de grandes grupo com poder de mercado, nem esse problema tem

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  3. Com uma observação mais importante: não a Dilma que auxilia ou paga nada, mas, sim, a sociedade como um todo através da carga regressiva de impostos e cunhas fiscais. O pessoal parece que esquece que isso aqui é um País.
    Além do que, a insegurança não é da Dilma, por isso não ser novidade. Exceto por quem achava que power point resolvia tudo e mais um pouco.
    A insegurança é do cidadão que paga impostos como já dito acima. Os empresários só pedem recursos e ampliação de estímulos para aumnetar o consumo interno de coisas em tese fabraicadas aqui.
    Porém, por que diabos, as etiquetas têm "made in China"?
    Pronto. Está morta a charada.

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