sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Pibinho 4/4: Crédito/Confiança


Acho essa teoria a menos ruim, talvez por que é a que o Chorinho escolhe. A produtividade do Brasil sempre foi uma porcaria, levando a um crescimento potencial de 3%. Cresceu bem mais no pré crise devido à expansão do crédito. Em 2011 o crédito teve um impacto bem negativo, mistura de ressaca com macroprudenciais. Depois, mais recentemente, apareceu uma tal de desconfiança do empresário. Mesmo com o consumo das famílias legal e a produtividade de sempre, o empresário não investiu. Espírito animal, de porco.

Sei lá, não gosto disso não. Anedoticamente a história era primeiro a crise na Europa. Depois que o empresário investiu muito em 2010, achando que o Brasil ia crescer 7,5% para sempre, e agora está muito recatado, preferindo atrasar os investimentos mesmo que perdendo dinheiro. Ou que a Dilma deixa todo mundo nervoso. Sei lá, não gosto disso, de novo. Se estivesse no sell side iria gostar, dá para contar cada história boa...

Uma crítica a essa teoria é que houve muita acumulação de capital em 2010, e por isso o investimento devia ser baixo em 2012. Mas o Chorinho faz essa conta direito, e diz que não. Outra crítica é que o câmbio é que determina o investimento. Essa relação depende do tipo de choque que causou a variação no câmbio, diz o Chorinho, isso não foi relevante dessa vez.

Como a teoria é de curto prazo, essa confiança do empresário deveria logo virar, e o país dar uma arrancada, ainda que temporária. A menos que o medo do racionamento postergue isso de novo. Ou que a Dilma vá a TV nacional desafiar quem está criticando o Governo, nervosa como um cachorro louco.

3 comentários:

  1. Seria bom que o Manteiga e companhia lessem esse novo livro sobre desenvolvimento econômico:

    http://www.elsevier.com.br/site/produtos/Detalhe-produto.aspx?tid=88585&seg=3&isbn=9788535251555&cat=276&origem=Lista&evp=&tit=DESENVOLVIMENTO%20ECON%c3%94MICO

    Desenvolvimento Econômico UMA PERSPECTIVA BRASILEIRA

    Fernando Veloso
    PEDRO CAVALCANTI FERREIRA
    Fabio Giambiagi
    SAMUEL DE ABREU PESSÔA

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  2. Fabio,
    Na minha opinião, choques no crédito ou na confiança do empresário são choques de demanda, portanto considero que não tenham sido os principais resposáveis pelo nosso PIBinho. Concordo com vc que o crescimento do PIB foi aquem do esperado devido a problemas no lado da oferta, mas considero que esse choque ocorreu devido a incerteza gerada pelo próprio BACEN em relação a sua meta de inflação. Minha opinião é que o "mercado" enxergou uma mudança informal na meta de inflação (de 4.5 para algo entre 5 e 5.5).
    Isso seria o mesmo que um choque negativo de oferta, como os preços são "sticky", as empresas têm que levar em consideração a inflação futura no momento de alteração dos preços, sendo assim, uma nova meta "informal" de 5% impactaria a inflação futura, e como os preços são sticky, a inflação atual também seria impactada e, consequentemente, ocorreria uma redução no cresimento do PIB.
    Abs e continue o ótimo trabalho no blog.

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  3. Bem, nesse caso é de crer-se ser a insegurança que cresceu. A deterioração do "tripé" e as tentativas, talvez concretizadas, de abrir buracos na LRF sem maiores discussões, deve ter deixado o empresariado muito preocupado, além da onipresença do BNDES em todos os grandes negócios. Aparentemente, isso denotaria aumento da intervenção do governo na economia. Para uns, isso poderia representar menos amarras na liberação de "ajuda hospital". De outro, desconfiança, pois, nada foi colocado no lugar do "tripé". Por exemplo, quem ouviu o governo falar de ter alterado o mandado do BC de trazer a inflação para o centro da meta? Agora, bata que a inflação fique entre 2,5% e 6,5%, tudo bem, a inflação estaria dentro do intervalo de metas. E se, de repente, alterarem o ponto superior da meta? Pra cima, lógico.

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