sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Pibinho 2/4: Incorporação de trabalhadores / produtividade


De acordo com essa teoria, durante os últimos anos havia uma massa de pessoas dormindo, que foram incorporadas ao mercado de trabalho. Como esse processo acabou, o PIB vai agora crescer menos.

Evidência são as series do mercado de trabalho do IBGE, sobretudo a do desemprego. Mas eu acho essas series uma porcaria. Eu gosto do CAGED, acumulado sobre um estoque, mesmo sendo só setor formal. Ele faz muito mais sentido desde 2000, e esta agora fazendo outro movimento consistente, indicando que o mercado de trabalho desaqueceu forte, em linha com o PIB.

Usando o CAGED não dá para dizer que houve exaustão na incorporação de trabalhadores, e que havia um bando de desempregados. Não dá nem para dizer que o mercado de trabalho está bem apertado. Eu sei que é idiossincrasia minha, mas sou eu que estou escrevendo.

Outra versão da mesma teoria, ao menos sob o ponto de vista lógico e matemático, é a de que houve uma queda de produtividade, devido às maluquices do governo. Mas ela não tem boa evidência empírica, que eu saiba.

Em ambos casos, a teoria deve ser classificada como de longo prazo. Ela implica que o juro neutro caiu (e que talvez a política monetária não esteja estimulativa), e que o Brasil não vai crescer nada para sempre.

3 comentários:

  1. Fabio,

    Será que o Caged realmente está indo na direção contrária da PME? Considerando que o estoque de trabalhadores é finito, era de se esperar a desaceleração do saldo líquido do Caged, não?

    Além disso, a dinâmica dos salários de admissão e demissão não dão sinal de grande arrefecimento, pelo contrário.

    Abs,

    FG

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  2. Tb não creio que CAGED esteja contra PME. PME formalizado só é mais volátil. O que parece ocorrer é uma piora da qualidade do emprego. O fenônomeno do aumento crescente da formalização está se esgotando. Está em aberto se virará ocupação bem fraca. Mas tb temos que investigar a elasticidade emprego-PIB, seja lá o que explique isso. Minha impressão é que hoje, um crescimento de 2%/2.5% já deixa o desemprego estável no médio prazo. Deve mesmo ter relação com mudanças demográficas/educacionais/rendimentos, mas não sei o quanto de cada explica. Ab, Tobias

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  3. Mas, que coisa nova haveria no horizonte a ponto de manter o crescimento do emprego. Ou a queda do desemprego, conforme utiliza o governo? Nem de desalento fala-se mais? Estranho PIB fraco por três anos consecutivos e o setor serviços segurando esse mínimo de crescimento.

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