Sobre o debate Summers x FK:
Equivalência ricardiana só leva a multiplicador zero em caso de agentes homogêneos, vida infinita, e num mundo sem rigidezes e onde o PIB cai do céu em forma de dotação.
Com agentes heterogêneos, taxar pessoas que não estão debt-constraint e transferir para outras que estão pode ter impacto sim sobre alocações. Com rigidez de preços, expansão dos gastos públicos pode levar a aumento de demanda agregada mesmo com queda de consumo privado. A restrição orçamentária do governo fecharia nesse caso justamente via aumento do PIB. E se ao invés de dotação tiver uma função de produção com trabalho como insumo, o pessoal mais radical do RBC vai dizer que o gasto do governo, empobrecendo as pessoas via mais impostos esperados, leva a maior oferta de trabalho e, portanto, a maior PIB. Nesse último canal, nem o FK acredita...
Bom saber que Antoninho vive..
Como defensor (talvez não muito bom) da RBC, acredito que sua análise esteja errada....
ResponderExcluirPara um RBC, o efeito dos impostos sobre a oferta de trabalho depende da magnitude dos efeitos renda e substituição. Uma vez que está implicito nestes modelos que o efeito substituição é maior (na verdade precisa ser muito maior para gerar os fatos estilizados observados) que o efeito renda, o aumento dos impostos leva à queda da oferta de trabalho.....
Flávio, depende de como o imposto entra no modelo. Se for lump-sum, não tem efeito substituição não. Se entrar no labor, aí óbvio que tem uma briga entre efeitos renda e substituição.
ResponderExcluirCarlos,
ResponderExcluirNão tenho tanta certeza.... mesmo se o imposto for Lump-Sum, para uma mesma quantidade de horas trabalhadas, o individuo terá uma utilidade menor, pois seu consumo diminui quando precisa pagar o imposto.... assim, a utilidade marginal da oferta uma unidade de trabalho a mais diminui frente a utilidade marginal do lazer....Claro que a resposta final dependerá da forma funcional, mas me parece plausível interpretar o imposto como uma queda da produtividade em um RBC....
Abs,