Muito bem, esta notícia pode mudar o quadro. Dando seguimento às medidas de modernização que têm sido implementadas nos últimos anos, o governo argentino resolveu expropriar uma gráfica que imprime papel moeda. A julgar pelas preferências reveladas pela administração, a gráfica operará a todo vapor daqui para frente, beneficiando o combalido setor de papel e celulose.
A maior medida do sucesso da estratégia que vem sendo adotada pela administração da Cristina Kirschner é o prêmio cobrado por um dólar no mercado paralelo - um cliente disse essa semana que o ágio estaria beirando 50% (nesta matéria do WSJ, de meados de julho, o prêmio estaria em 35%).
Coisa que os leitores com mais de 40 anos já viram por aqui - e, com a ajuda cósmica, esperemos que as novas gerações não vejam.
O hard landing dos nossos irmãos não é brincadeira. A figura abaixo mostra o indicador mensal de atividade do Indec - uma espécie de PIB. Pode até ser que os dados sejam massageados - como pregam alguns. Mas o tombo não deve ter sido tão diferente, a julgar pelo baixíssimo dinamismo de nossas exportações para lá (a Argentina é o principal mercado consumidor dos nossos produtos manufaturados).
Certamente este modelo de expropriações, intimidações, controles, prisões e etc tem adeptos (tenho um amigo Argentino que mora aqui e acha que eles estão batendo um bolão - não no basquete). Na época em que eu via a cotação do dólar paralelo estampada na primeira página dos matutinos, havia a máxima de que "eles eram a gente amanhã", inspirada em uma propaganda de vodka e o fato deles anteciparem as mágicas que depois tentávamos.
Agora que o governo correta (mas tardiamente) parece atacar de frente algumas raízes da falta de competitividade por aqui, turbinando, por exemplo, as concessões e acabando de uma vez por todas com o tabu anti-privatizações, dá para apostar que a "regra" já não vale mais. Oxalá.
O Mercosul chora mais
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